domingo, 8 de março de 2015

revolução inicial

Oi genty!

Criei esse blog para compartilhar com quem interessar minhas experiências com o Contato Improvisação. Quando fiz minha primeira aula de Contato Improvisação em 2013 com a professora Sofia Giliberti em Santa Teresa na cidade do Rio de Janeiro, me apaixonei instantaneamente pela prática. Foi assim que começou minha jornada, o início de muitas TRANSformações que desejo compartilhar com vocês.

Nunca esqueci minha primeira aula, foi assim com vocês também?

Começamos deitados em silêncio, entregando o peso pra Terra, respirando. Tudo isso era novo pra mim, na verdade continua sendo, mas naquele momento também era inédito. Depois alguém (imagino que seja a professora) colocou uma bolsa de água no centro gravitacional do nosso corpo, o tal "centro". E a partir daí fomos pesquisando e deixando a conexão "agua de dentro/água de fora" acontecer. A fluidez da água é incrível. O óbvio se revelou: somos 70% água. Porém as durezas da vida se instalam nos corpos e dificultam essa fluidez dos nossos líquidos. Mágoa vem de "má-água". loco, né.

Lembro que estava passando por um término de relação de 3 anos, um casamento que achava que iria durar para TODO O SEMPRE. O luto passeava devagar pelo meu corpo. Estava achando os movimentos da vida simplesmente um TÉDIO. Cansada das mesmas posições: sentar, levantar, andar de um ponto ao outro. Queria outros movimentos, moveres menos pré-determinado, mais improvisado. Quando vi aquelas pessoas (aparentemente) desinteressadas em feio/bonito, certo/errado fiquei muito feliz. A beleza me dá um téeeeeeeedddi. Não consigo nem terminar de escrever.

Foi meu início de caminhar, pular, cair, levantar, rolar, juntar dinheiro para festivais, e muitos outros movimentos. Uma revolução. Vale lembrar, que essa aula foi em Junho de 2013. Nesse período houve uma série de manifestações populares no Rio de Janeiro. Da nossa sala de dança, as vezes, dava pra escutar as bombas de gás usadas pela polícia no centro da cidade nos dias mais intensos. Mesmo me identificando com as pautas das manifestações não conseguia ocupar as ruas, devido ao enfrentamento dos corpos e toda a violência gratuita proporcionada pela polícia brasileira. Porém, percebi que meu corpo pedia uma revolução muito mais profunda do que mandar políticos corruptos TOMAR NO CU ( se é tão bom tomar no cú por que é um xingamento? RESPOSTA: homofobia). Precisava de outras perguntas, precisava de menos certezas. Naquela sala de aula encontrei silêncio, e também um certo vazio sem compromisso de ser preenchido, e claro, outros corpos interessados em cooperar. Essa sensação me alimentou e decidi voltar na semana próxima.

O rolar daquela bolsa de água me sugeriu movimentos mais fluidos e processuais.

Um abraço e uma beyja.
#contateirx